sábado, 30 de outubro de 2010

Homenagem dos odontólogos a Vicente Vitoriano

Algumas imagens da solenidade e da festa em homenagem a Vicente Vitoriano, Coordenador do GUAP, prestrada pelo Sindicato dos Odontólogos do Rio Grande do Norte. O evento aconteceu no último dia 26 de outubro, no Palácio da Cultura / Pinacoteca do Estado.


Vicente com Dorian Gray, guapeanos e artistas


Guapeanos com a Diretora do NAC


Ana Rique com Sônia Othon, Diretora do Museu Câmara Cascudo


Duas guapeanas com seus respectivos

Vicente com os Pondolfe

sábado, 9 de outubro de 2010

Na abertura da expo de Hanna

sofia, alexandrina, dulcinea, vicente e socorro evangelista

Hanna Lauria na Tribuna do Norte

Maria Betânia Monteiro - repórter escreveu:

Seja com aquarela, nanquim ou qualquer outro material que se refaça na água, a artista plástica potiguar Hanna Lauria ilustra as suas ideias. Mantendo o traço preciso (e livre), consciente, delicado e acima de tudo criativo, a artista lança para o público o resultado do amadurecimento conquistado nestes últimos anos com a exposição “Obra Malandra”. Os vinte sete quadros pendurados a partir de hoje, nas paredes do Palácio da Cultura é uma releitura da versão de Chico Buarque para a “Ópera do Malandro”. Apesar de ser um texto político, as personagens de Hanna continuam em primeiro plano. A abertura da exposição está marcada para hoje, às 19h.

Adriano AbreuPintando desde os 12 anos, Hanna mostra um nítido amadurecimento como artistaPintando desde os 12 anos, Hanna mostra um nítido amadurecimento como artista
“Hanna mostra que passou o tempo das bonecas ingênuas. A seriedade da pesquisa e a aplicação eficiente de uma linguagem visual personalizada atestam que estamos diante de uma nova Hanna, amadurecida como artista e como mulher”, disse o artista e crítico Vicente Vitoriano, um dos curadores desta exposição. Esta curadoria é dividida com a artista plástica Ana Rique, que também falou sobre Hanna; “é uma artista extremamente produtiva. Quando desenha, sempre nasce uma ideia, uma história. Suas bonecas são imagens que se transformam em personagens. Como um todo, seu trabalho tem opinião e macas pessoais, é expressivo e mostra muita emoção”.

Hanna percebe o amadurecimento em seu trabalho e antecipa as novidades. Na entrevista ao VIVER, ela pergunta: “você sabe o que tem de novo?”. Esta repórter tentou adivinhar, sugerindo que suas bonecas haviam ganhado pescoço. Ela dá uma boa risada e diz. “Nunca no Brasil! Elas ganharam braços e mãos”, disse.

Outra novidade é que elas agora trazem um corpo mais maduro e estão na companhia de bonecos. A nova coleção de Hanna, também traz mudança nos cenários. Eles estão mais detalhados e mais presentes na obra. Em “Obra Malandra”, os cenários mais explorados são os do bairro da Lapa, no Rio de Janeiro.

Segundo Hanna, ela queria fazer uma homenagem ao Brasil e como o tema era abrangente demais ela buscou se concentrar num aspecto específico. A ideia foi ganhando forma quando Hanna ouviu a música Geni e o Zepelim, de Chico Buarque. A música é uma das que compõe a Ópera do Malandro.

A partir da ópera Hanna ficou imersa numa pesquisa, que passou desde a compreensão do que seria uma ópera, passando pela reflexão sobre os anos de 1940. Ela leu textos sobre o assunto, assistiu filmes com temas semelhantes. “Foi uma pesquisa muito prazerosa”, disse Hanna.

As cenas de papel

Debruçada sobre o papel em branco, Hanna foi elaborando suas figuras com a ajuda da poesia sonora de Chico Buarque. Algumas imagens destacadas pela artista foram a de um quarto de bordel, onde um casal começa (ou termina) uma cena amorosa e outra onde três rapazes se divertem num bar.

Apesar das cenas sisudas: bordéis, bares e a própria rua, tudo é traçado com muita delicadeza, algo que Hanna faz questão de frisar: “não me prendi a questão política. Ressaltei o lado romântico da ópera”. Traduzindo em imagens, ela detalhou as cenas a partir de uma visão humana e afetiva.

Na obra já citada, onde um casal se encontra no quarto de um prostíbulo, não bastou a Hanna desenhar com detalhes as roupas dos personagens, o papel de parede, os móveis típicos daquele período, ela ainda colocou um penico debaixo da cama. “Minha professora, Ana Rique olhou o quadro e disse: está lindo. Perfeito. Eu respondi que faltava uma coisa, o penico”, relembra Hanna. Para ela, só seria possível desenhar o sexo sem vulgaridade se os elementos fossem inseridos com humor.

Além dos ambientes retirados da história, Hanna fez questão de desenhar alguns dos personagens, que lhe deram inspiração como a Geni, para qual Chico Buarque fez os versos: “Joga pedra na Geni/ Ela é feita pra apanhar/ Ela é boa de cuspir/ Ela dá pra qualquer um/ Maldita Geni”.

As expressões dos personagens, a vivacidade dos gestos, a delicadeza e complexidade das estampas, as roupas coerentes com o período histórico retratado demonstram o empenho de Hanna, algo eu se justifica pelo prazer que sente em ser artista. “Quando a arte bate na tua porta e entra, nunca mais sai. Ela invade o ser como uma peste boa. A arte depois que contamina, não tem mais cura”, disse.

Artista desde a infância

O talento de Hanna despontou ainda na infância. Aos treze anos foi convidada pela artista plástica paulista, Ivani Castilho, para participar de um curso de aquarela na Europa. Devido a pouca idade, o convite foi adiado. Quase dez anos depois Hanna anuncia que finalmente vai aceitar o convite. Em setembro do ano que vem Hanna e suas bonecas aquareladas viajam para as cidades de Veneza e Toscana, na Itália.

Enquanto o dia da viagem não chega, Hanna continua numa rotina bem puxada. Frequenta o Ateliê Ricardo Tinoco e faz aulas na universidade, no grupo Guape, ao lado de seus amigos e tutores artísticos Vicente Vitoriano e Ana Rique.